quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Surfistas encaram perigos para enfrentar ondas na pororoca da Indonésia





Em busca da onda ideal, um surfista francês descobriu a três anos atrás o que pode ser considerado um  verdadeiro "achado" em se tratando de "pico" exótico de qualidade para se surfar. E o que era um "secret spot" exclusivo, este ano se transformou em um grande festival que vai até o próximo sábado, o Bekudo Bono 2013.
Tudo isso por causa  da onda de Bono, em Sumatra, na Indonésia, uma imensa "pororoca"(fenômeno de encontro da água salgado do mar, com a água doce do rio que provoca a formação de ondulações), que desemboca no Rio Kampar, no vilarejo de Teluk Meranti povoado por 2.500 moradores/pescadores.

Com a expectativa de atrair turistas do mundo inteiro, o governo indonésio, com o apoio de bancos, companhias de energia e de telecomunicações, investe pesado neste evento chamado 7 Dias para 7 Fantasmas - uma competição de surfe na pororoca - e oferece acampamento para os visitantes, shows musicais, festivais de culinária e até um concurso internacional de fotografia.
Quem descobriu o local foi o pesquisador  francês Anthony Yep Colás, que liderou uma expedição pela Indonésia em 2010 para documentar os locais surfáveis da região, e sem querer encontrou esse "pico" que não constava das cartas náuticas, com uma ondulação perfeita de 1,5 metro de altura, mas que pode atingir até três metros.
Com a descoberta o local se transformou em polo turístico de surfe na pororoca com possibilidades para tow in (surfe rebocado por barcos, ou jet skis), longboards, pranchinhas e stand up paddle.
Mas nem tudo foram flores para esses pioneiros estrangeiros. Em vez de sereias, seus companheiros aquáticos eram crocodilos e imensas cobras python, além da fúria da população local, que os confundiu com ativistas do Greenpeace (que havia feito uma manifestação contra madeireiras no local) e rasgou com facas os botes do grupo francês.
Entre os  surfistas aventureiros estava o franco-brasileiro Eduardo Bagé, que foi um dos primeiros a experimentar a sensação de poder surfar por uma onda que pode ter uma duração tão longa.
Há um mês atrás foi a vez dos cearenses Marcelo Bibita e Adailton Mariano junto do paraense Noélio Sobrinho da Associação Brasileira de Surfe na Pororoca (ABRASPO), desvendar os mistérios do lugar e flutuar sobre a constante onda de Bono, e até tentar quebrar o recorde de permanência sobre a prancha.
Eles estavam em uma turnê pelo Rio Qiangqi, em Hanzhou, na China, para surfar o "Dragão Prateado" (como é conhecida outra famosa pororoca chinesa), mas quando souberam da novidade  foram conferir de perto a descoberta. Bem recebidos pela população (ao contrário da primeira ida dos franceses), gostaram tanto do que viram que pretendem incluir Bono dentro do 1º Circuito Mundial de Surfe na Pororoca no ano que vem.

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