terça-feira, 19 de novembro de 2013

Compromissos com skate obrigam jovem prodígio de 16 anos a estudar online


Em 2011, com apenas 14 anos, ele acertou por três vezes consecutivas a manobra 900 (duas voltas de 360 graus e meia) durante a Mega Rampa em São Paulo. Neste ano em Barcelona, durante o Global X Games, foi considerado um dos prodígios do skate mundial ao acertar um 1080 (três voltas completas).
Este é Mitchie Brusco, skatista americano de Seattle, que apesar da pouca idade já conquistou prêmios que ninguém na idade dele teve a capacidade de conseguir, com exceção do outro prodígio Tom Schaar, de 13 anos, que acertou as mesmas manobras antes que ele e ainda levou um ouro no X Games da Asia, na frente de Bob Burnquist.
Brusco por sua vez é destemido, e já levou para casa cinco medalhas do X Games, sendo três de prata, e duas de bronze, além de ter levantado o caneco de campeão em torneios importantes como o Maloof Money Cup, Gatorade Free Flow, King of Groms e o campeonato de Tampa.
Toda essa habilidade sobre rodas lhe rendeu mais de oito patrocinadores entre marcas de energéticos, câmeras de ação, roupas, skates e até cabeleireiros.
"É maravilhoso e super divertido, e vale a pena em todos os sentidos", anima-se a escudeira, empresaria e mãe Jennifer Brusco, de 46 anos, em conversa exclusiva com o UOL Esporte, ao lado do filho celebridade durante a competição Red Bull Vert Evolution, disputada nesse feriado, em frente a Estação da Luz, em São Paulo.
Dessa vez Mitchie não conseguiu pontuação suficiente para se classificar para a final do evento, que pela primeira vez experimentou um novo sistema de julgamento. Ao invés de serem julgados por sua volta completa, os skatistas foram analisados por quatro critérios: técnica, variedade, altura e extensão e execução.
"Você não deve levar muito a sério essa coisa de competição. Às vezes você acerta tudo, e às vezes um único erro pode causar sua desclassificação", defende-se o sorridente Brusco, em meio a uma turba de fans, incansáveis por uma autógrafo do ídolo.
"Eu aprendi muito com o Bob Burnquist e com o Tony Hawk, mas eu não acredito também nessa coisa de idolatria. Até os melhores também erram", filosofa.
Para sua mãe, Jennifer, embora ele tenha convivido com grandes nomes do skate vertical, foi no freestyle skate que ele de fato ficou boquiaberto. "Foi uma demonstração do Rodney Mullen, no Chile, foi algo tão incrível que, a partir daí, ele começou a tomar outros rumos", conta a animada progenitora.
Mas ser fera tão precocemente tem um preço. Suas constantes viagens devido a compromissos com o skate o impedem de frequentar uma escola comum, por isso ele estuda online, de onde estiver, com seu notebook.
A fama e os negócios com o skate cresceram tanto na família de Brusco que eles tiveram de se mudar de Seattle, para Califórnia, para estar perto dos patrocinadores do filho.
Apesar de toda essa vida de viagens, que em poucos anos já fez com ele visitasse Austrália, Inglaterra, India, China, República Tcheca, Alemanha e Espanha, a rotina de um típico adolescente californiano prevalece na vida de Mitchie.
"Ele acorda, vai assistir TV, toma café, lê um pouco, faz o trabalho da escola, vai jogar X Box, almoça, vai andar de skate, volta pra casa, janta e fica assistindo Mc Gyver com o pai", revela a mãe, que acompanha de perto cada passo do filho.
Apesar dos riscos decorrentes das quedas em locais como a megarrampa que tem mais de 120 metros de comprimento por cerca de 20 de altura, Jennifer Brusco parece não se preocupar.
"Ele anda de skate desde os três anos de idade. Sabe o que faz. Aprendeu a cair para não se machucar, e o máximo que aconteceu foi ter fraturado os dois punhos. Não acho muito perigoso, nem ele", declara a mãe.
"De fato não vejo o que temer, e continuo evoluindo a cada dia, como as coisas devem ser", afirma o skatista em plena fase de crescimento.
Seu biotipo e estilo, que lembram o ídolo máximo Tony Hawk, o tornam seguido por mais de 17 mil fãs no Twitter e mais de 25 mil no Facebook. "Se ele tivesse um videogame com o nome dele, com certeza teria muito mais gente seguindo", gaba-se a mãe, orgulhosa do filho, ao cutucar as realizações de sucesso de Hawk.
"O segredo para ser um grande skatista é não querer ser o melhor e não andar de skate apenas pelo dinheiro, mas sim para se superar e se divertir", deixa a dica o menino prodígio das rodinhas.

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