Sem X Games, agência brasileira tenta criar evento similar em Foz do Iguaçu
Brasil em Ação, Esporte na Veia. Esse é o nome da comunidade criada no Facebook com a intenção de manifestar e engajar apoio à criação de um evento que possa substituir a etapa brasileira do X Games, que seria realizada em abril, em Foz do Iguaçu, no Paraná.
A decisão do cancelamento da etapa brasileira do mais conhecido festival de esportes radicais do planeta partiu da própria ESPN, detentora da marca X Games. A empresa anunciou no início deste mês que o festival deixaria de ser um evento global para ser realizado apenas nos Estados Unidos, seu país de origem.
Apesar disso, a Brunoro Sport and Business (BSB), empresa que havia sido contratada para organizar a edição brasileira doX Games, incentivou o surgimento de um movimento que busque um maior engajamento com os esportistas radicais brasileiros para a viabilização do projeto por meio de ações de profissionalização e desenvolvimento dessas atividades.
"Temos um plano embrionário chamado inicialmente de Brasil X, que possa ter a cara dos brasileiros, mas com atletas de nível internacional", afirma Guilherme Cozza, Diretor de Marketing da BSB. "Atletas como o skatista Pedro Barros e o biker Douglas Doguete já aderiram ao projeto, que é totalmente apartidário", completa o executivo.
Mesmo assim, Cozza diz que o Ministério do Esporte manteve o apoio devido ao expressivo impacto no turismo e nos negócios bem como diversos patrocinadores internacionais que, assim como a própria BSB, têm planejamento para um período superior a 10 anos.
"Nós temos uma preocupação com a autenticidade do evento, principalmente em relação ao skate, que é um dos esportes mais praticados no Brasil, e sabemos que tem espaço e oportunidades para todos", disse Cozza, referindo-se à capacidade de produzir um evento desse porte em menos de seis meses e à credibilidade necessária por parte dos próprios esportistas radicais em relação ao novo projeto.
"O X Games produzido em Foz do Iguaçu foi considerado o melhor evento de esportes radicais já realizado no Brasil", gaba-se Cozza ao comentar uma pesquisa feita pela USP (Universidade de São Paulo) em parceria com a BSB sobre o tema, onde se descobriu que no Brasil existem cerca de 5 milhões de praticantes dessas modalidades e que movimentam mais de US$ 2 bilhões ao ano.
O skatista brasileiro Bob Burquist foi o mais lembrado nessa pesquisa, com 26,5 % dos votos, seguido do piloto de FMX, Travis Pastrana, com 21% de citações.
A primeira edição do X Games ocorreu em 1995, em Providence, na costa leste americana, já com a condição de maior festival de esportes radicais do planeta – houve disputas em 12 modalidades. Mudou-se para Los Angeles, que adotou como base por vários anos, até que em 2013 a ESPN decidiu criar o formato de evento global com etapas em Barcelona na Espanha, Tignes na França, Munique na Alemanha e Foz do Iguaçu, no Brasil. Mas antes de completar um ano de existência, o evento foi abortado devido, segundo a própria ESPN, à dificuldade em comercialização de longo prazo.
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