domingo, 29 de setembro de 2013

Alto custo no país impulsiona mercado paralelo de esportes radicais




Basta fazer as contas. Um skate importado da Powell Peralta modelo Rodney Mullen de free style era vendido na semana passada, na Galeria do Rock, em São Paulo por "apenas" R$ 1,1 mil (equivalente a US$ 450).
Com o valor pago no Brasil por cinco skates como o citado, o interessado desembolsaria R$ 5,5 mil, (US$ 2.250). A mesma quantia, no entanto, poderia ser usada para viajar aos Estados Unidos por uma semana, com passagem aérea, hospedagem, transporte, alimentação e ainda sobrariam R$ 1,3 mil para gastar com o que quiser.

Tudo isso de forma legal e permitida pela alfândega. Explica-se. Esse mesmo modelo de skate é comercializado nos Estados Unidos por cerca de US$ 110 (R$ 260). Pela legislação vigente, é permitido a qualquer pessoa física/turista trazer legalmente ao país uma cota de US$ 500 (cerca de R$ 1,2 mil) em mercadorias diversas, entre elas skates, brinquedos e artigos esportivos, sem pagar impostos.

Dessa maneira, o referido skate chega a custar no Brasil aproximadamente quatro vezes mais caro do que no seu país de origem.
No caso de um par de patins inline da marca Roller Blade, por exemplo, encontrado em sites americanos a partir de US$ 80 (cerca de R$ 196), no Brasil o interessado não gastará menos de R$ 600. Um ágio de aproximadamente 300%.
As lojas estabelecidas em nosso país que comercializam esses produtos legalmente têm um "custo Brasil", que inclui funcionários, locação, obrigações trabalhistas, impostos (I.R.P.J., CSLL, Cofins, ICMS e Contribuição Previdenciária) entre outros, mas mesmo assim não se justifica um valor cobrado tão alto.
Para escapar dos preços exorbitantes, mas sem ter de tirar o passaporte da gaveta, cada vez mais brasileiros têm apostado na compra de produtos radicais por meio da internet, principalmente em sites de leilões online.
Esse fenômeno já pode ser considerado um importante "mercado paralelo" de produtos radicais. Apesar de não haver estudos confiáveis sobre sua extensão, a estimativa é que esse setor, quase sem nenhuma regulamentação, já movimente milhões de dólares anualmente.
Indo em direção contrária aos varejistas (online e offline), alguns praticantes têm colocado a mão na massa e desenvolvido seus próprios produtos. Casos como o do skatista Paulo Rosin Citrangulo estão crescendo no país. Folha, como é conhecido, fundou a "FLH" e, por meio da marca, tem fabricado e comercializado, por conta própria, skates nacionais a preços mais competitivos. O retorno, em diversos aspectos, tem compensado o esforço.
"Mais que uma alternativa, é uma opção nacional que gera empregos por aqui", afirmou Folha.

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