sábado, 28 de setembro de 2013

Esportistas radicais desafiam normas, ignoram placas e põem vida em risco 


Skatistas ignoram placas de segurança em ruas, parques e praças



Elas estão visíveis nas ruas, nos parques e nas praças. Mas sua fixação passa despercebida ou é desrespeitada pela população, transformando-se em artefatos meramente decorativos. Estamos falando das placas de sinalização e proibição da prática de skate, bike e patins, identificadas com facilidade nos principais pontos da prática em São Paulo, mas ignoradas pelos maiores interessados.

No caso do Parque da Independência, em frente ao Museu do Ipiranga, existem faixas que sinalizam o "uso obrigatório de capacete" e, mesmo assim, acidentes continuam ocorrendo. Na última quarta-feira, por exemplo, uma jovem se feriu após uma queda, segundo Tadeu Ferreira, diretor da Associação de Skate do Ipiranga e membro do Conselho Gestor do Parque.

"A menina teve de ser socorrida por uma ambulância, pois caiu de cabeça e não estava usando capacete", diz Tadeu.
No Parque da Independência a obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção se limita aos sábados e domingos, das 13h às 17h.
"Quem coíbe andar de skate sem capacete somos nós mesmos, os locais" garante Bruno Rinaldi, presidente da Associação Quintal do Ipiranga, cujo grupo há alguns anos trazia banners informativos, mas eram proibidos de serem expostos pelos próprios guardas do parque.

Em outro ponto icônico da cidade, o Parque do Ibirapuera, adesivos foram colados nas colunas da marquise tradicionalmente usada como ponto de encontro dos radicais. O objetivo é delimitar o espaço para cada modalidade (skate, bike, patins) e, assim, evitar acidentes. Para os usuários, no entanto, a medida não pegou.
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Detalhe de placa de proibição com adesivos colocados por skatistas na Praça Roosevelt Paulo Anshowinhas/UOL
"Ninguém respeita esses adesivos ridículos", comenta o skatista profissional Ricardo Amaral, o Per Canguru, que faz do local seu habitat de treinamento.

Ainda no Ibirapuera existem placas junto ao Museu Afro Brasil que proíbem esses três esportes radicais de serem praticados em suas imediações, mas a placa só funciona porque existe um gradil com cadeado para evitar a invasão.
Em um das ladeiras próximas à Bienal, uma placa que indica passagem de pedestres é utilizada por skatistas e ciclistas como se não houvesse nenhuma sinalização.

Já na região central da cidade, na Praça Roosevelt, que recentemente foi entregue a população e já causou várias polêmicas entre seus usuários e moradores, diversas placas de proibição são visíveis em postes da rua, e dentro das áreas compartilháveis, mas assim como nos outros parques, são nitidamente ignoradas por todos os usuários, fato que compromete a segurança dos praticantes e das outras pessoas que estão no local.
O veto parcial ou total da prática do skate em determinados pontos da cidade ocorre desde a década de 1980, quando o prefeito Jânio Quadros coibiu a prática no Parque do Ibirapuera e, posteriormente no Parque da Independência. Por fim, a medida passou a valer para toda a cidade.
"Com a entrada da prefeita [Luiza] Erundina, o Ibirapuera e a cidade ficaram livres desse decreto, exceto o Parque da Independência", conta Tadeu, que disse que apenas em 2010 a lei foi revogada após um movimento dos skatistas, ato que foi batizado informalmente de "O grito do Ipiranga".

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