domingo, 29 de setembro de 2013

Alto custo no país impulsiona mercado paralelo de esportes radicais




Basta fazer as contas. Um skate importado da Powell Peralta modelo Rodney Mullen de free style era vendido na semana passada, na Galeria do Rock, em São Paulo por "apenas" R$ 1,1 mil (equivalente a US$ 450).
Com o valor pago no Brasil por cinco skates como o citado, o interessado desembolsaria R$ 5,5 mil, (US$ 2.250). A mesma quantia, no entanto, poderia ser usada para viajar aos Estados Unidos por uma semana, com passagem aérea, hospedagem, transporte, alimentação e ainda sobrariam R$ 1,3 mil para gastar com o que quiser.

Tudo isso de forma legal e permitida pela alfândega. Explica-se. Esse mesmo modelo de skate é comercializado nos Estados Unidos por cerca de US$ 110 (R$ 260). Pela legislação vigente, é permitido a qualquer pessoa física/turista trazer legalmente ao país uma cota de US$ 500 (cerca de R$ 1,2 mil) em mercadorias diversas, entre elas skates, brinquedos e artigos esportivos, sem pagar impostos.

Dessa maneira, o referido skate chega a custar no Brasil aproximadamente quatro vezes mais caro do que no seu país de origem.
No caso de um par de patins inline da marca Roller Blade, por exemplo, encontrado em sites americanos a partir de US$ 80 (cerca de R$ 196), no Brasil o interessado não gastará menos de R$ 600. Um ágio de aproximadamente 300%.
As lojas estabelecidas em nosso país que comercializam esses produtos legalmente têm um "custo Brasil", que inclui funcionários, locação, obrigações trabalhistas, impostos (I.R.P.J., CSLL, Cofins, ICMS e Contribuição Previdenciária) entre outros, mas mesmo assim não se justifica um valor cobrado tão alto.
Para escapar dos preços exorbitantes, mas sem ter de tirar o passaporte da gaveta, cada vez mais brasileiros têm apostado na compra de produtos radicais por meio da internet, principalmente em sites de leilões online.
Esse fenômeno já pode ser considerado um importante "mercado paralelo" de produtos radicais. Apesar de não haver estudos confiáveis sobre sua extensão, a estimativa é que esse setor, quase sem nenhuma regulamentação, já movimente milhões de dólares anualmente.
Indo em direção contrária aos varejistas (online e offline), alguns praticantes têm colocado a mão na massa e desenvolvido seus próprios produtos. Casos como o do skatista Paulo Rosin Citrangulo estão crescendo no país. Folha, como é conhecido, fundou a "FLH" e, por meio da marca, tem fabricado e comercializado, por conta própria, skates nacionais a preços mais competitivos. O retorno, em diversos aspectos, tem compensado o esforço.
"Mais que uma alternativa, é uma opção nacional que gera empregos por aqui", afirmou Folha.

sábado, 28 de setembro de 2013

Esportistas radicais desafiam normas, ignoram placas e põem vida em risco 


Skatistas ignoram placas de segurança em ruas, parques e praças



Elas estão visíveis nas ruas, nos parques e nas praças. Mas sua fixação passa despercebida ou é desrespeitada pela população, transformando-se em artefatos meramente decorativos. Estamos falando das placas de sinalização e proibição da prática de skate, bike e patins, identificadas com facilidade nos principais pontos da prática em São Paulo, mas ignoradas pelos maiores interessados.

No caso do Parque da Independência, em frente ao Museu do Ipiranga, existem faixas que sinalizam o "uso obrigatório de capacete" e, mesmo assim, acidentes continuam ocorrendo. Na última quarta-feira, por exemplo, uma jovem se feriu após uma queda, segundo Tadeu Ferreira, diretor da Associação de Skate do Ipiranga e membro do Conselho Gestor do Parque.

"A menina teve de ser socorrida por uma ambulância, pois caiu de cabeça e não estava usando capacete", diz Tadeu.
No Parque da Independência a obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção se limita aos sábados e domingos, das 13h às 17h.
"Quem coíbe andar de skate sem capacete somos nós mesmos, os locais" garante Bruno Rinaldi, presidente da Associação Quintal do Ipiranga, cujo grupo há alguns anos trazia banners informativos, mas eram proibidos de serem expostos pelos próprios guardas do parque.

Em outro ponto icônico da cidade, o Parque do Ibirapuera, adesivos foram colados nas colunas da marquise tradicionalmente usada como ponto de encontro dos radicais. O objetivo é delimitar o espaço para cada modalidade (skate, bike, patins) e, assim, evitar acidentes. Para os usuários, no entanto, a medida não pegou.
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Skatistas ignoram placas de segurança14 fotos

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Detalhe de placa de proibição com adesivos colocados por skatistas na Praça Roosevelt Paulo Anshowinhas/UOL
"Ninguém respeita esses adesivos ridículos", comenta o skatista profissional Ricardo Amaral, o Per Canguru, que faz do local seu habitat de treinamento.

Ainda no Ibirapuera existem placas junto ao Museu Afro Brasil que proíbem esses três esportes radicais de serem praticados em suas imediações, mas a placa só funciona porque existe um gradil com cadeado para evitar a invasão.
Em um das ladeiras próximas à Bienal, uma placa que indica passagem de pedestres é utilizada por skatistas e ciclistas como se não houvesse nenhuma sinalização.

Já na região central da cidade, na Praça Roosevelt, que recentemente foi entregue a população e já causou várias polêmicas entre seus usuários e moradores, diversas placas de proibição são visíveis em postes da rua, e dentro das áreas compartilháveis, mas assim como nos outros parques, são nitidamente ignoradas por todos os usuários, fato que compromete a segurança dos praticantes e das outras pessoas que estão no local.
O veto parcial ou total da prática do skate em determinados pontos da cidade ocorre desde a década de 1980, quando o prefeito Jânio Quadros coibiu a prática no Parque do Ibirapuera e, posteriormente no Parque da Independência. Por fim, a medida passou a valer para toda a cidade.
"Com a entrada da prefeita [Luiza] Erundina, o Ibirapuera e a cidade ficaram livres desse decreto, exceto o Parque da Independência", conta Tadeu, que disse que apenas em 2010 a lei foi revogada após um movimento dos skatistas, ato que foi batizado informalmente de "O grito do Ipiranga".

sexta-feira, 27 de setembro de 2013




Análise das condições do mar




Neste final de semana a ondulação segue de Sudeste e perde força aos poucos, mas mantém as ondas com pelo menos 1 metro a 1 metro e meio em todo o litoral, com vento fraco de Leste.
Na segunda-feira as ondas quebram com cerca de 1 metro e o vento vira para Sul durante o dia. Vale conferir o surf logo cedo.
Por Herbert Passos Neto


Todo mundo nu! Encontro mostra 


campeonato de surfe dos peladões




Competidores não sentem vergonha e acham que sem roupa o esporte fica ainda mais radical: 'Não dá nem tempo de pensar, só de sentir prazer'



Campeonato de surfe nu na Paraíba atrai naturistas (Foto: Encontro com Fátima Bernardes/TV Globo)





Os europeus costumam não ter muito problema com a nudez em lugares públicos. Em alguns países, nos parques ou nas praias, é comum as mulheres curtirem um sol sem a parte de cima do biquíni. Aqui no Brasil, ficar pelado em público, só mesmo em uma praia onde é permitida a prática do naturismo. A praia de Tambaba, no litoral sul de João Pessoa, na Paraíba, é uma delas.
 A equipe do Encontro esteve lá para acompanhar um campeonato de surfe naturista, em que só é permitido competir nu. “Surfar de roupa é uma coisa, surfar nu é completamente diferente”, disse um dos competidores. "Primeiro você fica encabulado, parece que está todo mundo olhando pra você, mas não é. Eu acho que, às vezes, na praia, você está de roupa e as pessoas olham mais do que aqui", comentou José Pereira, surfista adepto do naturismo.
Os competidores afirmam que surfar nu dá mais liberdade para efetuar as manobras, já que não tem a bermuda para atrapalhar os movimentos. "É liberdade, é liberdade de expressão... Não dá nem tempo de pensar, só dá tempo de sentir prazer", conclui um surfista.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

EUA tem fundo de auxílio para acidentes com radicais; veja os piores


O que Stephen Murray (BMX), Jake Brown (skate), Mike Vincent (BMX), Jimmy Levan (BMX) e Jason Fisher (FMX) tem em comum, além dos esportes radicais? Essas pessoas motivaram a criação de uma entidade americana chamada ARF (Athlete Recovery Fund), um fundo de arrecadação de recursos para esportistas radicais que não tenham condição de pagar os custos com médicos e outras despesas após graves acidentes.

Em 27 de junho de 2007, o piloto inglês de BMX (bycicle motocross) Dirt Jump, Stephen Murray, depois de tentar um double back flip (um giro duplo com a bicicleta) sobre uma rampa de terra, durante o festival Dew Action Sports Tour, em Maryland, sofreu um grave acidente que lhe custou uma fratura na espinha e na vértebra. O atleta ficou paralisado da cintura para baixo.

Medalha de ouro no Gravity Games, no X Games, e seis vezes campeão britânico de BMX, Murray tem sido tratado, desde o acidente, pelo mesmo médico que cuidou do ator Christopher Reeve. O tratamento com o mesmo profissional que acompanhou um dos intérpretes do Super-Homem apresenta bom resultados, já que o atleta consegue mover os dedos dos pés, o polegar e o ombro.
Acidentes como esses e seus resultados trágicos não são raros de ocorrer. Eles, no entanto, motivaram Aaron Cooke a fundar a ARF. A entidade é mantida pela iniciativa privada com o apoio de empresas como Alliance of Action Sports, Vans off the Wall, Oakley, Rockstar Energy Drink, Playstation, Nike, Woodward, Mountain Dew, Fuel Tv, Etnies, Haro, Hard Rock Hotel e muitos outras.

Entre as atividades do fundo está a criação de normas de segurança sobre acidentes graves e como proceder, fundos para custeio de despesas médicas para esportistas que não tenham condições, pagamento de clinicas de reabilitação e garantia de bolsa de estudos, além de seguros contra paralisia de longo tempo.
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Recentemente, o grupo tem desenvolvido testes de segurança com capacetes. O objetivo é elevar o padrão global de endurecimento das espumas desses equipamentos e, até mesmo, a criação de estudos para algo próximo de "air bags" para esses acessórios.

Entre os esportes auxiliados pelo fundo estão Freestyle BMX (Dirt jump, Street, Park, Vert, Big Air, Flatland), FMX (Big Air, Step Up, Free Style, Speed and Style) e Skate (Street, Park, Vert, Big Air).

Assim como as redes sociais de "crowdfunding" (arrecadação de fundos para um projeto ou causa), a ARF também aceita doações de pessoas físicas, o que pode ser um bom exemplo para o Brasil, que a cada dia tem mais praticantes e, consecutivamente mais acidentes, aumentando assim o número de pessoas necessitadas.
    Os piores tombos de todos os tempos entre os radicais

    É difícil medir a intensidade de um tombo, exceto o que isso pode causar. E no caso de acidentes com esportes radicais, alguns deles podem ser fatais. Outros podem tirar por completo a mobilidade de seus praticantes. De acordo com a rede de televisão americana ABC News, em pesquisa do início do ano, nove acidentes podem ser considerados os mais devastadores para essas modalidades, a se saber:

    1. Caleb Moore
    Faleceu durante a edição de inverno do Winter Games, no Colorado, depois que seu snowmobile caiu sobre ele.

    2. Jeb Corliss
    Praticante de base jump, já havia saltado da Torre Eiffel, na França, da Golden Gate, em San Francisco, mas faleceu na Africa do Sul no ano passado depois que seu paraquedas falhou e ele caiu de 120 metros de altura.

    3. Sarah Burke
    A famosa esquiadora de free style, morreu em 2011 aos 29 anos, depois de ter sido campeã dos Winter Games, (versão dos X Games nas montanhas geladas).

    4. Kevin Pearce
    O snowboarder neo zelandez entrou em coma em 2009, depois de um acidente em um half pip em Utah, nos Estados Unidos.

    5. Matt "The Condor" Hoffman
    A lenda viva do BMX mundial já passou por 22 cirurgias em todo o corpo, mas em 1993, caiu de motocross de um half pipe de seis metros de altura e rasgou o baço.

    6. Stephen Murray
    Outro piloto de BMX dirt, teve um dos piores acidentes de todos os tempos depois de cair com sua bike de um backflip duplo, ter parado de respirar, ter sido reanimado e perdido o movimento dos ombros para baixo.

    7. John Kucera
    O campeão de downhill ski na neve quebrou a perna em uma acidente em 2009. Em 2012, quebrou a mesma perna novamente.

    8. Bethany Hamilton
    A loira havaiana, perdeu o braço esquerdo quando tinha 13 anos de idade, enquanto surfava e foi atacada por um tubarão. Durante seu período de recuperação, escreveu um livro chamado Soul Surfer, Uma Estória Ativa de Fé, Família e Luta Para Voltar a Prancha, que resultou em um filme chamado Soul Surfer (surfista de alma), em 2004.

    9. Jeremy Lusk
    Estrela do FMX (Free style motocross), foi medalha de ouro no X Games, morreu depois de um acidente em uma competição em 2009, depois que errou um backflip com sua moto, e caiu de pescoço no chão.

    terça-feira, 24 de setembro de 2013

    Idosos ignoram ossos quebrados e se divertem com risco de esportes radicais


    Leone Creazzo durante competição de Slalom em Interlagos

    "Tamo aí na atividade". A frase emblemática da canção do Charlie Brown Jr. não poderia ser mais atual e adequada, ao menos no que se refere aos incríveis "senhores" dos esportes radicais, que independentemente da idade, encaram riscos que os mais jovens normalmente temem.
    Há duas semanas, o empresário José Leone Creazzo, dono das marcas de skate Tracker e Six Trucks, celebrou 60 anos de idade e, para festejar, reuniu os amigos radicais em uma festa no seu "clubinho" particular no bairro da Saúde, com a presença de skatistas, surfistas, grafiteiros, wakeboarders, snowboarders, djs, gatas e vários campeões.
    Leone pratica motovelocidade, anda de skate, surfe, wakeboard, skate a motor e snowboard e apoia sua filha Fernanda, de 26 anos, a descer as ladeiras do Ipiranga com seu skate longboard.
    Em entrevista para o UOL Esporte, Leone afirma que "o que difere o jovem do velho é apenas a saúde, e não a idade." Leone já sofreu mais de 40 acidentes de moto, muitos de snowboard e wakeboard (que segundo ele são inevitáveis), e graças ao skate já chegou a fazer uma cirurgia no úmero, osso do braço. Nada que o impedisse de seguir em frente. "Se você quer qualidade de vida em sua velhice, mexa-se!. Não tenha dó do seu corpo, os frutos a serem colhidos são gratificantes", afirma.
    Ao lado dele, seu gerente de vendas, Cláudio Centofante não deixa por menos. Aos 65 anos de idade é um dos praticantes de esportes radicais de maior tempo de estrada no Brasil.
    Claudinho, como é conhecido, abandonou o tênis e a maratona para andar de skate, wakeboard e snowboard e mesmo depois de muitas quedas também não desistiu de continuar a fazer o que mais gosta. O "jovem" skatista sexagenário acha engraçado quando conta quantas velinhas já soprou de aniversário e as pessoas dizem: "Quando chegar na sua idade quero fazer um terço do que você faz", ri.
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    Idosos dos esportes radicais25 fotos

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    Headstand duplo de Cesar Gyrão no Parque Zilda Natel, durante o Brasileiro de Free Style 2012 Arquivo Pessoal
    "Andar de skate não faz de você um skatista – não conseguir parar de andar de skate é o que faz de você um skatista", declara o produtor de TV, editor e redator do canal Woohoo, Cesar Augusto Diniz Chaves Filho, o Cesinha, de 58 anos.
    Cesinha, que tem uma filha de 15 anos, Alice, já encarou as ondas do surfe, as montanhas do snowboard, mas foram as curvas do concreto do skate que mais o seduziram. Apresentador de programas lendários dos esportes radicais como Vibração e também do Realce, considera que praticar essas atividades serve de válvula de escape e brinca ao falar sobre tombos.
    "Faz parte, ou partes, dependendo da queda", sorri. Sobre sua expectativa de continuar praticando skate no vertical, Cesinha é rápido na resposta: "Essa é fácil, copiei do Tony Hawk – vou andar de skate até quando meu corpo aguentar – o que pode ser amanhã....", finaliza.
    Velhinhos gringos também radicalizam
    Em 2010, a revista americana Senior for Living publicou uma lista com diferentes personagens que tinham a partir de 60 anos de idade, continuavam a desafiar os riscos e inspiravam novas gerações.
    O primeiro deles era de um grupo de experientes paraquedistas com idades que variavam entre 60 e 80 anos. Eles criaram o grupo SOS e conseguiram bater o recorde mundial de formação em queda livre com 48 integrantes em Leland, na Flórida.
    Outro caso interessante é do médico holístico Albert Leung, de 70 anos que continua a descer as montanhas com seu snowboard, bem como o mestre George "Banana" Blair, de 92 anos, atirando-se na água para continuar a se divertir com esqui de pés descalços.
    Com 89 anos, John Zabotocky ainda parece um menino ao dropar as imensas ondas do Havaí, assim como Min Bahadur Sherchan, que conquistou o ponto mais alto do planeta, o monte Everest aos 76 anos e entrou para o livro dos recordes, o Guiness.
    A mesma montanha ficou pequena para o japonês Yuchiro Miura, que aos 80 anos conseguiu repetir a dose sem medo de ser feliz. Miura já havia escalado os 8.848 metros de altura aos 70 e aos 75 anos de iade.
    No caso de Jean Pierre Gaston, o que ele prefere mesmo é "mandar pra baixo" e se atira de pontes com seu bungee jump, com todo apoio de sua esposa.
    No asfalto, o americano Lloyd Kahn, aos 76 anos não teme continuar a andar de skate, assim como foi o lendário Larry Stevenson, fundador da marca Makaha, e inventor do kicktail (rabeta) do skate que andou até os 81 anos, e faleceu no ano passado, na Califórnia.
    A revista Surfing for Life (surfe por toda a vida, em tradução livre), do geriatra Roy Earnest, por sua vez, apontou o surfista John Heath Ball, de 94 anos como um candidato a surfista centenário, já que Woody Brown, que surfou até os 90 anos, faleceu recentemente aos 96.

    Abaixo-assinado pede que Prefeitura de Santos salve 'Chorão Skate Park'


    O 'Chorão Skate Park' será fechado no próximo sábado, 28 de setembro

    O "Chorão Skate Park", a pista de skate em Santos que era mantida pelo cantor Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como Chorão, morto em março de 2013, deverá fechar no próximo sábado, 28 de setembro. Porém, o local ganhou no último final de semana uma campanha para que permaneça em funcionamento.
    Um abaixo-assinado foi colocado na internet e, em três dias, já amealhou quase 10 mil assinaturas. O objetivo é mostrar à Prefeitura de Santos que a população deseja que o parque esportivo permaneça aberto, com a ajuda do órgão.
    A pista era mantida pelo ex-vocalista da banda Charlie Brown Jr., sem recursos públicos. Para os organizadores do abaixo-assinado, a Prefeitura investir no local seria uma forma de manter as atividades sociais lá desenvolvidas, além de prestar uma homenagem ao cantor.
    Enquanto Chorão era vivo, projetos sociais em que jovens aprendiam a andar de skate e uma parceria com a Fundação Casa foram realizados no local.
    Porém, com sua morte, a família alegou que não havia verba para manter o local aberto. O irmão do cantor, Fabio Abrão, anunciou na última semana que as ações para angariar recursos financeiros para a pista não funcionaram.
    UOL Esporte tentou contato com a Prefeitura de Santos nesta manhã, mas até às 10h20 não obteve resposta sobre se há interesse de investimento no local.
    Uma outra pista, porém, será aberta na próxima quinta-feira, no bairro de Vila Matias, o mesmo em que a pista de Chorão está localizada. A "Radix Skate House" funcionará diariamente, das 14h às 22h e terá pista de madeira projetada e montada pelo experiente skatista de São Bernardo do Campo, Cássio Narina, Lucas Radix e Lécio Neguinho - a nova pista terá 200 metros.

    segunda-feira, 23 de setembro de 2013

    "São Silvestre" do skate reúne milhares de pessoas em domingo chuvoso de SP


    O skate foi a grande estrela da sétima edição da Virada Esportiva, realizada  neste final de semana na cidade de São Paulo. Com provas e clínicas em diversas áreas da cidade, os carrinhos tiveram espaço no Parque da Independência, no Ipiranga, com o Skate no Museu (provas de slalom, longboard, Game of Skate e clínicas de street skate), com o Skate Plaza (street skate) no Memorial da América Latina na Barra Funda, e a Skate Run do Pacaembu, uma espécie de "São Silvestre" de rodinhas, que o UOL Esporte acompanhou a pé e de skate, em todo o seu trajeto.
    Milhares de skatistas chegaram antes das 8hs de um domingo nublado - e de garoa – na Praça Charles Miller, no Pacaembu. Eles receberam um chip que deveria ser amarrado no cadarço dos tênis para aferição dos resultados, e foram divididos em diferentes pelotões de largada antes de partirem para dois trajetos diferentes.

    O primeiro deles com apenas 3 Km em linha reta pela avenida Sumaré até o Memorial foi considerado "light". Já o segundo percurso de 8 km de extensão atravessou – ida e volta – o esburacado e com piso de péssima qualidade elevado Costa e Silva, o Minhocão, passou por curvas perigosas e declives que causaram alguns acidentes sem gravidade antes de encontrarem com o outro grupo na Arena Radical, do Memorial.

    "Foi uma grande festa familiar, inclusive na hora de me inscrever havia um senhor de 76 anos que ia participar com os filhos e netos", contou o empresário Charles Putz, de 55 anos, criador da lendária pista Wave Park, presente ao local da premiação.

    "No meu caso eu comprei esse capacete ontem apenas para participar da prova", disse o fotógrafo e gerente de vendas, Edgard Paterno Júnior, sobre a obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção para participação no evento. Edgard, assim como muitos outros utilizou uma mini câmera de ação para registrar em vídeo sua performance de 23 minutos pela maratona urbana das rodinhas.

    O primeiro a chegar entre os profissionais foi Rodrigo Rato, que registrou a marca de 20 minutos e 29 segundos para cumprir o trajeto, na frente de Murilo Romão e Pedro Barbosa, o Medula. Pela vitória, Rodrigo recebeu um cheque de R$ 5 mil reais, entre outros prêmios, e o segundo colocado R$ 3 mil e o terceiro R$ 2mil.

    "Quero aproveitar a ocasião e pleitear ao prefeito de São Paulo que libere o Pico do Jaraguá para termos vários campeões como o Da Lua", disse Rodrigo ao se referir ao skatista Douglas da Lua, campeão mundial de speed, que estava ao lado de Sandro Dias, o Mineirinho, campeão mundial de vertical, René Shigueto campeão de freestyle, Georgia Bontorin, grande revelação do downhill speed de apenas 16 anos e Fernandinho Bhatman, campeão brasileiro de downhill slide e idealizador do evento.

    A melhor marca entretanto foi de um amador, Rui Franklin, que cumpriu a prova em apenas 19 minutos e 57 segundos. Segundo os organizadores, cerca de 4 mil skatistas participaram da corrida.

    Radicais fizeram a festa em vários pontos da cidade. Ibirapuera ficará aberto 24 horas

    Além do skate, a edição deste ano da Virada Esportiva chamada de "mais participativa do que contemplativa", conforme afirmou o prefeito Fernando Haddad neste domingo, teve mais de 2 mil atrações, apesar de um corte em seu orçamento de cerca de R$ 2 milhões.

    O FMX (free style motocross) foi um dos mais aplaudidos no Memorial da América Latina, que também teve voos cativos de balão. Simuladores de paraquedismo e voo livre, além de saltos de bungee jump, divertiram os frequentadores do Parque do Carmo. No PET (antigo CERET) no Tatuapé, o Rei da Piscina levou para maior piscina da América Latina uma prova de wakeboard e clínicas da modalidade. No Parque do Ibirapuera, um passeio noturno de patins também colocou as rodinhas no asfalto para descontração.

    O Anhangabaú, que já serviu de Arena Radical nas edições anteriores, dessa vez manteve interatividades de aventura como paredes de escalada, tirolesa, rapel, giromaster, zorbit ball, simuladores de surfe e skate, parkour e clínicas de slackline.

    Na Vila Curuça, na zona leste da cidade, a Caravana Radical oferecia clínicas de surfe e stand up paddle, nas piscinas dos CEUS, assim como na Vila Guarani na zona sul. E na Represa do Guarapiranga o stand up paddle também marcou presença.

    O prefeito Haddad anunciou também que a partir de 28 de setembro próximo, 10 centros esportivos e o Parque do Ibirapuera irão manter o ritmo esportivo com o projeto Revirando a Virada, e ficarão abertos ao público 24 horas por dia aos finais de semana.
     

    sábado, 21 de setembro de 2013

    Surfista brasileira vai dos radicais a “emprego dos sonhos”



    Crédito da foto: Reprodução/Facebook
    Surfista desde os 15 anos de idade, a loira Karol Knopf conseguiu o “emprego dos sonhos” graças a sua paixão pelo esporte. Misturando o mundo radical com a televisão, ela passou a comandar um programa no canal OFF, o que lhe deu a oportunidade de conhecer lugares paradisíacos.
    “Esse programa (Ilhas Paradisíacas) foi um presente que fiquei muito feliz, foi melhor oportunidade que já tive na vida. Foram viagens para os lugares mais lindos do mundo, mergulhos absurdamente belíssimos. Mas também teve uma descoberta pessoal, teve experiência totalmente diferente do nosso dia a dia, como acampar em uma ilha deserta. Tive uma experiência incrível ao pegar onda no meio de Palau, no Oceano Pacífico” afirmou ao UOL Esporte.
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    Karol Knopf é surfista e apresentadora do canal OFF32 fotos

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    Karol Knopf é surfista e apresentadora do canal OFF Reprodução/Facebook
    Apesar de ser a estrela da atração radical, ao lado de Mariana Goldfarb, Karol não se considera uma apresentadora de televisão devido às experiências que tem no programa.
    “Para ser sincera, a maioria dos programas que fiz, do OFF, você coloca como apresentadora, mas não está apresentando. Você está vivenciando, gosto de falar isso, não está como apresentadora, está como você é, totalmente diferente de quando se é apresentador. É tipo reality show mais voltado para beleza, esportes de ação, mais para isso. Ali você está vivenciando, não está apresentando. Quando tive oportunidade de fazer programas e ser eu mesma, adorei”, disse a surfista que começou a carreira na TV em 2009, no Multishow.
    A relação de Karol com os esportes radicais começou quando ela morava em Angra dos Reis, ainda na infância, quando começou sua paixão pelo mar.
    “Sempre tive contato com o mar, passei a infância em Angra, vivia na água, mergulhava e era bem apaixonada por isso. Acordava às 4 horas para pegar siri. Quando voltei para o Rio, com 15 anos, aprendi a surfar e me apaixonei ainda mais. Com o tempo, fui gostando de outras coisas como mergulhar, fazer stand up paddle. Tive algumas experiências no ar, saltei 38 vezes, mas sou total voltada para o mar”, completou.
    Apesar deste contato com o mar e muitos anos de surfe, Karol diz que sua vontade de ter o esporte como profissão foi algo passageiro.
    “Bem no início, quando aprendi a pegar onda, eu tive essa vontade de querer chegar a algum lugar e profissionalizar. Mas, logo depois, eu via que aquilo não era o que queria, pratico esporte porque gosto, gosto de competir, mas não para ser a primeira”, falou a loira.
    Outra coisa que faz parte da rotina de Karol é o assédio masculino. Mas, apesar de ser casada, ela leva o assunto com tranquilidade.
    “As pessoas elogiam sim, mas até hoje ninguém foi grosseiro. Mas agradeço, acho legal e algo que faz parte do nosso trabalho. Meu marido leva numa boa, não se stressa”, finalizou a atleta.
    Leandro Carneiro
    Do UOL, em São Paulo

    Santos ganha novo espaço para skate, e pista do Chorão fecha


    Enquanto várias pessoas lamentam o fechamento da pista de skate do Chorão em Santos, programada para o próximo sábado, dia 28 de setembro, um dia antes entretanto, será de festa para os skatistas com a inauguração do novo espaço de entretenimento da região, o Radix Skate House.

    Localizada na Rua Xavier Pinheiro, 206 (também na Vila Matias, próxima a extinta pista do Chorão), o empreendimento irá ser lançado apenas para convidados no dia 26, e na sexta será aberta oficialmente ao público que irá levar um quilo de alimento não perecível como ingresso, limitado a 350 pessoas.

    Totalmente de madeira, projetada e montada pelo experiente skatista de São Bernardo do Campo, Cássio Narina, Lucas Radix e Lécio Neguinho, a nova pista de 200 metros,  já testada foi por alguns skatistas profissionais  será um ambiente familiar, segundo Heitor Ramos, gerente de marketing da Radix Brasil, loja de boardsports que investiu na montagem da pista.

    "A paixão do dono Vagner Ramos pelos esportes radicais era tanto que resolveu construir o local para seus filhos que andam de skate e surfam", conta Heitor, que também cuida da loja, localizada a 50 metros do novo espaço recreativo e esportivo.

    Sobre a questão de assumir a dívida da pista do Chorão, Heitor diz que: "Nunca levantamos a possibilidade de assumirmos o espaço dele, mesmo porque nunca soubemos a sua real situação e sempre acreditávamos que o poder das empresas privadas de grande porte iria solucionar os problemas pelos quais a pista vinha passando", prossegue. Para nós, é uma perda muito grande o fechamento da pista do Chorão como centro esportivo, por ter sido referência histórica da primeira pista particular indoor da região e por sua visibilidade nacional", explica.

    A pista estará aberta a partir da próxima sexta-feira, diariamente das 14hs as 22hs, com uso de capacete obrigatório.

    quinta-feira, 19 de setembro de 2013

    Com half gigante, Mineirinho cria "parque de diversões" dos radicais em SP

    Sandro Dias mostra suas habilidades no skateO campeão mundial de skate vertical Sandro Dias, o Mineirinho, está nos preparativos finais para um grande presente de Natal para quem curte modalidades extremas. Trata-se de um complexo de esportes radicais de ponta em Bragança Paulista (SP), que inclui até o maior half pipe indoor da América Latina, transformando o local em um grande parque de diversões para os radicais.

    "É um lugar que, além de skate, terá pistas para BMX dirt, wakeboard, wakeskate, slackline, stand up surf e muito mais. Será um grande complexo de esportes radicais", revelou Mineirinho ao UOL Esporte.

    Além do maior half pipe indoor do continente, que terá 21m de largura, 17m de comprimento e 4,2m de altura, o complexo também terá um bowl de concreto de 700 metros quadrados, dimensão que o coloca como o maior já construído na América do Sul.
    De acordo com o skatista, o empreendimento ainda terá 14 chalés, além de restaurante e até uma marina. A expectativa é inaugurar o local até o fim deste ano, apesar de a data ainda não estar definida. Por enquanto, apenas alguns amigos tiveram o privilégio de testar as instalações, mas a expectativa é que, quando estiver operante, o "parque de diversões" seja aberto ao público.
    Mineirinho, que tem ficado mais tempo no Brasil para cuidar do seu filho Gabriel, de 10 meses, viu no nascimento da criança uma motivação ainda maior para realizar o projeto ainda esse ano.
    Sandro recentemente foi campeão da primeira etapa do Circuito Banco do Brasil de skate vertical em Salvador. Além disso, é hexacampeão mundial de skate vertical pela World Cup Skateboarding Association, foi medalhista de ouro no X Games 2006, e ficou conhecido como o Rei do 540, depois de ter sido o terceiro skatista do mundo a realizar essa manobra (um giro e meio no ar), e um dos poucos que conseguiu voltar de um 900 (dois giros e meio no ar).

    Brasileira nega futebol, vira ícone do skate e tenta mudar esporte feminino

    A brasileira Leticia Bufoni foi um dos destaques da edição de Los Angeles da competição
    Batom, rímel e uma bandana amarrada na cabeça são os acessórios indispensáveis para Leticia Bufoni, uma das atuais estrelas do skate mundial. Aos 20 anos, a brasileira lidera o ranking mundial da categoria street e soma dois ouros em X Games. O esporte, porém, poderia ter sido outro e ela, talvez, não fosse tão vitoriosa. 
    Quando era adolescente, Leticia foi chamada para jogar futebol no Juventus, time do tradicional bairro da Mooca. Talentosa com os pés, ela ficou feliz com a proposta, mas nem chegou a pensar em aceitá-la, pois já estava encantada com as manobras do skate. Começou a praticar com apenas 10 anos e, aos 12, ganhou o primeiro patrocínio, fruto de vitórias em competições nacionais. Aos 14 anos, participou de seu primeiro X Games, o maior evento de esportes radicais do mundo. Com isso, foi morar nos Estados Unidos e deslanchou no esporte.
    No começo, porém, Leticia teve de enfrentar a resistência dos pais, que priorizavam os estudos da filha ao esporte "de noia", e o preconceito, até hoje presente, por ser mulher.
    "Muita gente já me olhou torto por eu andar de skate. Essa visão geral de que skate é um esporte masculino atrapalha demais a formação de novos talentos. Um dos meus objetivos é tentar mudar isso e ajudar a transformar o skate feminino", revela.
    Em entrevista ao UOL Esporte, Leticia explicou como pretende mudar a "cara" do skate feminino, contou um pouco sobre as dificuldades no início da carreira e sobre o bom momento. Confira abaixo.

    UOL Esporte: Você ganhou o "Real Woman" da ESPN, na avaliação dos jurados. O que este reconhecimento significa para você?
    Leticia Bufoni: É uma premiação importantíssima, pois vejo o reconhecimento de todo o meu trabalho para alcançar uma boa performance. O melhor de tudo é que a premiação reuniu os melhores atletas de diferentes esportes, o que torna o prêmio ainda mais especial e difícil de ser conquistado.
    Você conquistou primeiro ouro em X Games da sua carreira em Foz do Iguaçu. Como você se sentiu por garantir esta conquista no Brasil? Você pode dizer que está no auge da carreira?
    O X Games de Foz do Iguaçu representou muito na minha carreira. Eu estava muito nervosa, pois era pra ter ficado mais tempo parada. Depois de muito esforço, consegui voltar a andar e recebi alta poucos dias antes da competição. Não tem nada melhor do que ter levado o ouro no primeiro campeonato após a operação. O melhor de tudo é que foi aqui dentro do Brasil, com todo o apoio da torcida. Na hora eu não senti nenhuma dor graças ao nervosismo, mas depois o meu pé ficou muito inchado. Estou em uma grande fase da minha carreira e meu objetivo é sempre melhorar.
    O que ainda falta você conquistar?
    Meu objetivo é estar sempre bem para competir em alto nível e ganhar todos os campeonatos que eu conseguir disputar. Todas as medalhas de X Games que ganhei foram extremamente importantes e acredito que a próxima competição será sempre a mais importante.
    Quem você apontaria como a sua principal rival hoje?
    Considero minhas principais rivais as skatistas que estiveram em evidência nos últimos X Games: Alexis Sabloni, Marisa Dal Santo, Lacey Baker, dentre outras com grande potencial.
    Como você conheceu o skate? Por que decidiu praticar?
    Ganhei o primeiro skate quando era criança, por volta dos 10 anos. No meu bairro tinha muito menino, eu gostava de jogar futebol e comecei arriscar manobras radicais com o skate. Eu jogava melhor que os meninos e até cheguei a receber proposta para jogar futebol, mas ao assistir vídeos de skate, decidi continuar nesse caminho. Meus amigos e minha família viram que eu poderia ter algum futuro com isso, e me apoiaram desde então.
    O skate é um esporte bem difícil, você teve dificuldades para aprender?
    Nunca sonhei em ser profissional, eu aprendi na rua mesmo com meus amigos e depois com um professor que me ajudou bastante nas principais técnicas. É um esporte difícil, mas que com a prática dá pra aprender rapidinho.
    Quem é seu grande ídolo no esporte?
    Meus grandes ídolos são os skatistas Andrew Reynolds e Bob Burnquist, além de Elissa Steamer.
    Você começou a carreira muito nova. Como seus pais reagiram a sua decisão de ter o skate como profissão?
    Meus pais sempre valorizaram muito os estudos na minha família, mas eles perceberam que eu poderia ter um futuro bacana no esporte quando eu comecei a ganhar todos os campeonatos que participava aqui no Brasil. O apoio deles foi muito importante para o sucesso da minha carreira.

    Leticia Bufoni executa manobra em sessão vencedora nos X-Games de Foz do Iguaçu

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    Você se arrepende de ter começado tão nova?
    Não, pois tudo aconteceu de maneira muito rápida e hoje estou aqui para provar que fiz tudo da melhor maneira.
    Vi uma declaração sua sobre uma resistência do seu pai a você andar de skate no início. Você pode falar a respeito?
    Assim como muitas pessoas, no começo o meu pai achava que skate era esporte de homem, de "noias".  A grande virada foi quando ele me levou para participar de um campeonato em que eu venci e ele percebeu que havia muitos outros pais para acompanhar os filhos. Desde então, também conquistei a confiança de meus pais.
    Há uma visão negativa em relação às mulheres que andam de skate? Você já sofreu preconceito por isso?
    Muita gente já me olhou torto por eu andar de skate. Essa visão geral de que skate é um esporte masculino atrapalha demais a formação de novos talentos. Um dos meus objetivos é tentar mudar isso e ajudar a transformar o skate feminino, divulgando que essa também é uma modalidade que pode e deve ser praticada por mulheres.
    Você fez um ensaio para uma campanha publicitária em que aparece andando de skate de vestido e salto alto. Qual você acha que foi a repercussão desta propaganda?
    Foi bem bacana a repercussão dessa campanha. Na verdade aquela foto foi uma edição, pois é impossível fazer manobras de salto, mas acredito que contribuí bastante para mostrar que uma skatista pode se vestir com características mais femininas.
    Vi uma declaração sua de que você quer "mudar a cara do skate feminino". Mudar como?
    Eu quero mostrar que as mulheres podem andar de skate e ter uma vida normal, sem esse tipo de preconceito contra o esporte. Eu me cuido bastante, gosto de usar roupas femininas, gosto de maquiagem e quero mostrar que isso é possível no skate. Também gostaria que nosso país disponibilizasse mais espaços e rampas para treinamento, pois isso faz muita falta para descobrir novos talentos.
    Você é vaidosa? O que faz para se cuidar?
    Sou vaidosa sim, gosto de me cuidar e procuro usar batom, rímel e acessórios de vestuário. Isso é importante para qualquer mulher.
    Você está morando nos Estados Unidos, certo? Como foi se mudar para outro país tão nova? Você teve dificuldades?
    Sim, moro na Califórnia. No começo foi complicado sentir a falta da minha família, mas precisei fazer essa escolha pois os principais campeonatos e pistas estão fora do país. Hoje em dia já estou bem mais acostumada, o que ainda atrapalha é a saudade da família.
    Você ainda mora com outras skatistas brasileiras? Como é a sua relação com elas?
    Elas me ajudaram bastante quando saí do Brasil, foi importantíssima essa relação próxima com as outras skatistas.
    Como você encara o apelido de Axl Rose? É fã de Guns N' Roses? Já quis conhecer o cantor?
    Sou roqueira e gosto bastante do Axl Rose, inclusive tenho o rosto dele tatuado na batata da perna. O lance de usar a bandana parecida com a do Axl foi coincidência, eu uso mesmo para prender o cabelo durante as competições.
    E a sua banda "As Catantes", ainda existe? Vocês fazem shows? Como você concilia a carreira no esporte com a carreira na música? De onde veio a ideia de formar a banda?
    A ideia veio por eu gostar bastante de rock mesmo. Hoje gosto de tocar instrumentos nas horas de folga, quando sobra um tempinho livre, ou nas férias.
    Você pratica outros esportes além do skate?
    Gosto muito de jogar futebol, sou corinthiana fanática. Cheguei a ser chamada para jogar futebol no Juventus, time da Zona Leste, mas nesse momento eu teria que largar o skate e decidi não dar continuidade na carreira.
    O que você acha que falta para o skate deslanchar no Brasil?
    Faltam pistas de qualidade e torneios com alto nível de competividade. As administrações públicas deveriam se atentar para a construção e manutenção das pistas já existentes. Sem isso é praticamente impossível formar talentos.
    Quando vem para o Brasil, onde anda de skate?
    Costumo andar bastante na região onde fui criada, na pista de Tiquatira, no bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo.
    Que dica você daria para uma garota que está aprendendo a andar de skate e que pretende seguir carreira no esporte?
    A minha dica é não ligar para o preconceito, pois isso é besteira e podemos conseguir superá-lo sempre. É preciso ter motivação, treinar, cair, levantar e querer aprender sempre.