SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE
Molecada invade o Guarujá (SP)
Jogadores da categoria Sub-14 do São Paulo FC têm aula de surf na praia das Pitangueiras, no Guarujá (SP).
Pirata ministra aula de surf a jogadores Sub-14 do São Paulo FC na praia das Pitangueiras, Guarujá (SP). Foto: Silvia Winik
O que o futebol tem a ver com o surf? Nas categorias de base do São Paulo FC o esporte nas ondas serve como complemento à preparação da molecada que está iniciando. Na quinta-feira, dia 26, 53 meninos da categoria Sub-14 do Tricolor participaram de aulas de surf na Escola do Pirata, na praia de Pitangueiras, no Guarujá (SP). Além de aprenderem a ficar em pé na prancha e conhecerem um novo universo do esporte, os jogadores também tiveram atividades na areia, incluindo o futebol.
A iniciativa fez parte do Projeto Superação, do time da capital, e a história de vida de Pirata foi o ponto chave. Surfista desde os oito anos de idade, Alcino Neto teve a perna esquerda amputada após um acidente de moto, sobretudo pela falta de assistência. Hoje, aos 40 anos, ele, que é um destaque do surf adaptado (pegando ondas com e sem prótese) e exemplo de superação, comanda um projeto que oferece aulas de surf e busca a inserção social para crianças carentes. Junto às aulas no mar, a molecada assistiu a uma palestra com o próprio Pirata.
Com todo o acompanhamento psicológico e social do clube, a ação teve como objetivo usar o surf como ferramenta para desenvolvimento de equilíbrio, concentração, conhecimento do corpo e, acima de tudo, superação. A psicóloga do esporte Maria Gabriela Carreiro, coordenadora do Pirata Surf Club, explica que o projeto é inovador por aliar as duas modalidades e proporcionar aos garotos novas experiências. “São meninos ótimos para se trabalhar, devido o repertório motor desenvolvido que possuem. Mas é interessante podemos trabalhar também o desenvolvimento de outras habilidades, inclusive psicológicas, como concentração, controle de ansiedade e poder reforçar, dentro d’água, valores que eles usam em campo e na vida, como respeito e cooperação. Há, também, um desenvolvimento de consciência corporal, devido ao contato com a água e com as ondas”.
O psicólogo do esporte do São Paulo Augusto Carvalho ressaltou a história de vida de Pirata como exemplo de superação aos jovens jogadores. “Ele teve capacidade de resistência, continuou surfando, adaptou o surf dele, abriu uma escola. Enfim, conseguiu dar continuidade na vida dele. É um aprendizado e uma experiência que eles estão vivenciando. Uma história real em que podem se inspirar”, destacou. Ele também evidenciou o contato com a natureza. “O surf envolve muitas questões importantes, como equilíbrio, concentração, conhecer o seu corpo, movimento. Tudo isso em contato com a natureza. Trouxemos garotos que nunca viram o mar. Então é uma experiência incrível, uma ação muito dinâmica”.
A coordenadora técnica do setor social do futebol de base do Tricolor,Mariana Grassia complementou a importância da participação dos garotos. “Principalmente pela grandiosidade do mar. Além de ter de vencer o medo de subir numa prancha, tem de vencer o medo de uma coisa maravilhosa, mas desconhecida. Alguns meninos nem conheciam o mar. Então, o desafio já começa daí”, afirmou, também enaltecendo a história do Pirata. “A história de superação chega muito próximo da vida dos meninos, dos atletas do futebol, porque outra pessoa talvez não teria a atitude que ele teve, de diante da adversidade se tornar o profissional que é hoje. E isso mostra aos meninos que basta você querer. Se tiverem a vontade e o empenho para estarem no profissional, vai depender deles. Todos são amigos, mas ao mesmo tempo são concorrentes e cada um tem de ter dentro de si aquilo que quer para a vida e se superar”, disse.
Alguns dos jogadores e “novos surfistas” nunca tinham conhecido uma praia. “Foi a primeira vez que vim na praia. Foi uma experiência nova e vou levar daqui mais motivação”, falou o mineiro de Nova Serrana Sávio Henrique Carvalho Reis, de 14 anos. “Acho que me superei”, complementou o brasiliense Ruan Paraguai, também de 14 anos. “Foi uma experiência muito grande, para levarmos para o campo também, de sempre estar presente, nunca desistir de nossos objetivos e nossas conquistas”, relatou Yago, que veio do Tocantins.
A escola Pirata Surf Club fica na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, 357, na praia das Pitangueiras, próximo ao Canto do Maluf, Guarujá (SP). Para obter mais informações ligue para (13) 3382-4462 e (13) 99771-7628 ou acesse o site e a página no Facebook do Pirata Surf Club.
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