sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Guia Litoral Fluir –
Aproveite o fim do Verão nas praias de São Paulo

Litoral sul


Ondas cheias e divertidas

No sul da costa do estado, passando pelas praias de Itanhaém, Mongaguá e Praia Grande, é possível encontrar ondas grandes e manobráveis, perfeitas para quem está iniciando ou busca um surf tranqüilo e divertido. Mas prepare os braços, as ondas quebram distantes da areia e as arrebentações são um obstáculo a ser vencido.






Píer de Mongaguá: nas condições certas apresenta ondas excelentes.








Praia Grande: é possível surfar boas ondas sem crowd.






Berço do surf paulista
As cidades de São Vicente e Santos proporcionam ondas cheias e paredes longas. Em São Vicente, a praia do Itararé é a opção cotidiana, mas logo ao lado estão localizadas a Porta do Sol e a Garganta do Diabo. Já em Santos, o quebra mar é uma ótima pedida.






Itararé: uma onda cheia, forte e longa.












Garganta do Diabo: uma onda para surfistas experientes.











Porta do Sol: uma ótima opção quando o swell entra de leste.









Quebra Mar: uma das ondas mais constantes da região.






Crowd profissional
As praias do Guarujá oferecem ondas de vários tipos, desde cheias e manobráveis até tubulares e pesadas – e servem de pista de treino para um grande número de surfistas profissionais. Da praia do tombo até a praia branca, quase na divisa com Bertioga, você tem um leque de opções para surfar todas as ondulações. As melhores opções são:






Praia do Tombo: famosa pela qualidade de suas ondas.










Pitangueiras: tanto as esquerdas no canto do Maluff, quanto as direitas da ilha fazem a cabeça da galera.










Pernambuco: funciona um dos melhores tubos do Guarujá.









São Pedro: oferece ondas para todos os gostos.









Enseada: a mais longa da cidade. Uma onda forte que quebra para os dois lados e possui bons tubos no inside.







Altas ondas, agito e gente bonitaAs praias de São Sebastião estão entre as mais bem freqüentadas do litoral paulista. Muitas gatas e surf de qualidade fazem a cabeça da galera que curte a região.





Baleia: Uma onda longa,bastante manobrável e fácil de ser surfada.










Cambury: uma onda forte e manobrável, mas com crowd intenso.











Maresias: uma das melhores ondas do Brasil, forte e com tubos de padrão internacional.









Paúba: um dos tubos mais pesados do litoral paulista.








Guaecá: uma onda longa, com bastante qualidade e que tem seus dias mais cavados.





Ilha mais que belaIlhabela possui boas opções de surf, mas de difícil acesso. Pode-se chegar aos picos de barcos ou com carros preparados para trilhas.






Bonete: Onda não recomendada para iniciantes. Acesso somente de barco ou a pé por uma longa trilha.









Castelhanos: Esta onda funciona com ondulação de leste. Tem vários picos quebrando ao longo da paradisíaca praia. Também de difícil acesso.







Sossego, Natureza e Ondas de Gala

A Cidade de Ubatuba possui mais de 50 praias e algumas das melhores ondas do litoral paulista. De norte ao sul do município é possível encontrar ondas de todos os tipos; desde longas e manobráveis até rápidas e tubulares.






Praia Grande: as ondas são
sempre uma boa opção para o surf.









Vermelha do centro: fica no centro de Ubatuba e muitos locais treinam por ali, por isso sempre tem um crowd.










Vermelha do Norte: uma onda forte e cavada. Apesar de quebrar próximo à beira, a arrebentação pode ficar chata nos maiores dias.











Félix: Onda forte e tubular, pouco indicada
para iniciantes. Possui bastante crowd e localismo.








Itamambuca:Palco de grandes campeonatos. È uma das ondas mais constantes do país e funciona com todas as ondulações. Onda com muita qualidade, longa e bastante manobrável.






Arrume as malas e boas ondas...
Fonte: Guia Litoral Spacefox Fluir
Fotos: Google imagens

Análise das condições do mar


NESTE FIM DE SEMANA, AS ONDAS SOBEM DE SUL-SUDESTE COM 1 METRO E MEIO NO SÁBADO, COM VENTO MODERADO DE SUDESTE QUE PODE ATRAPALHAR UM POUCO A FORMAÇÃO..
NO DOMINGO, AS ONDAS AUMENTAM E ENTRAM CADA VEZ MAIS DE SUDESTE. O PERÍODO SOBE DE 9 PARA 12 SEGUNDOS E AS SÉRIES PODE ALCANÇAR 2 METROS EM ALGUMAS PRAIAS.
A ONDULAÇÃO PERDE FORÇA NA SEGUNDA-FEIRA, MAS AINDA PROPORCIONA CONDIÇÕES CONSISTENTES PELO MENOS ATÉ TERÇA, DE SUDESTE E LESTE.
POR HERBERT PASSOS NETO

Veteranos tiram sarro dos "posers" no skate. Sobrou para o prefeito do Rio

O prefeito do Rio Eduardo Paes a e a humorista Sabrina Sato foram ironizados na revista Modinha
O prefeito do Rio Eduardo Paes a e a humorista Sabrina Sato foram ironizados na revista Modinha

Além de estar presente na maioria dos centros urbanos, o skate virou objeto comum em comerciais de TV que tenham apelo jovem, de carros a alimentos, partidos políticos, chocolates, bebidas energéticas e até novelas. Essa superexposição do esporte tem criado modismos e uma legião de novos consumidores que de acordo com os skatistas mais experientes são chamados de "posers".
Circula pelas redes sociais duas campanhas que chamam a atenção. Uma é a No Poser  (Não aos Posers) e a outra é a Modinha, A Sua Revista de Skate, que satiriza pessoas famosas que se arriscam em cima das rodinhas, como o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes e a humorista Sabrina Sato.
Para o desenhista Wolmin Dahgrota, diretor de criação da agência Blackkat e criador da Modinha, tudo isso é um grande deboche a todas as pessoas. "Primeiro porque o skate foi feito para diversão e recreação e em segundo lugar serve como crítica contra a banalização da informação. Também aproveitamos para mostrar uma situação engraçada e nonsense", diz. A assessoria de imprensa de Eduardo Paes não comentou a presença do prefeito na capa da Modinha.

Na opinião de Wolmin, poser é apenas uma fase, um momento, e a Modinha – revista feita apenas de uma capa, sem nenhum conteúdo - foi feita justamente "para as pessoas refletirem sobre a superficialidade das coisas".

O termo poser não é novo. Ele serve para descrever uma pessoa que finge ser algo que ela não é. Poser é alguém que só faz pose, em uma explicação mais simples. 
Normalmente os posers se caracterizam por não possuir argumentos mais profundos sobre a subcultura a que pertencem, mas na maioria das vezes finge ser um grande conhecedor do assunto.
O poser no skate não é um fenômeno novo. Na década de 80 uma banda de skate punk nacional e outra de surf trash music também davam outros apelidos a quem carregava um skate debaixo do braço. E também outros que apenas faziam um tipo que surfavam, mas no mar, emergia a realidade.

A banda Grinders, do ABC paulista tem o clássico Skate Gralha cujo refrão é: "Pega o skate desse gralha, sai da pista animal, se você quer tesourar, vai pra casa animal".
Já Wander Wildner líder da banda Os Replicantes fez sucesso com a canção Surfista Calhorda. "Rack na caranga muito louca para dar banda/Cheque na carteira recheada de paranga/Prancha importada assombrando a meninada/Corpo de atleta e rosto de Baby Johnson/ É, mas quando entra n'água/ É na primeira braçada/É, ele não vale uma naba/Ele não surfa nada/ Tem duas surfshops que só abrem ao meio dia/Vive da herança milionária de uma tia/Vai para Nova Iorque estudar advocacia/Ah surfista calhorda/vai surfar n'outra borda", diz a canção.

E não é apenas no Brasil que esse fenômeno se manifesta. Nos Estados Unidos, as frases são mais contundentes e acabaram virando arte. É o caso da mostra Die Poser Die  (Morra, Poser, Morra) do lendário skatista Tony Alva, que mostra o que é ser radical, ao contrário de ser poser.
O site WikiHow lista dez situações nas quais se diferencia um skatista verdadeiro de um poser:
1 . Um skatista de verdade não gosta de mostrar que sabe andar, e anda porque curte, não para aparecer.
2. Os posers normalmente compram skates de supermercados, que parecem de brinquedo e sempre estão brilhando, para parecer novos.
3. Você sempre vê um poser carregando o skate, mas nunca o vê em ação.
4. Eles não sabem a diferença entre goofy e regular (pé direito ou esquerdo na frente).
5. Eles não sabem fazer um ollie (manobra básica que os skatistas de verdade fazem, que consiste em dar um salto com o skate batendo a rabeta e saltando sobre obstáculos).
6 Posers nunca andam nas pistas, apenas assistem à distância.
7 Eles estão fazendo isso porque todo mundo também está.
8 Eles não sabem nenhum nome dos grandes skatistas da atualidade ou old school.
9 Apesar de falarem que andam, eles simplesmente não sabem andar, apenas se vestem como skatistas e levam o skate como "acessório".
10. Eles usam as marcas de roupas mais conhecidas e até as mais caras, mas não peça a eles para andar de skate.

Acredite: você pode esquiar no Brasil mesmo com esse calor


Quem disse que não dá para esquiar no Brasil? Pelo menos em uma cidade gaúcha é possível praticar modalidades como o esqui e o snowboard. Desde o final do ano passado Gramado tem um parque temático dedicado exclusivamente aos esportes de inverno.
Com um investimento de R$ 60 milhões, o Snowland possui um vilarejo no estilo alpino onde se recria o clima de inverno europeu, com neve artificial produzida através de vaporização de água em temperaturas baixas, cujas gotas no frio se cristalizam e se transformam em neve.
Essa imensa câmera frigorífica humana mantém temperaturas médias de quatro graus negativos, e é monitorada a todo momento por um moderno sistema eletrônico, especialmente desenvolvido para esse fim, conforme explica o diretor executivo do parque, Christian Dunnwald. "É diversão garantida", assegura.

O parque espera receber visitantes de vários países, principalmente de vizinhos da América Latina, além de praticantes de esqui e snowboard. Algumas celebridades já conferiram a novidade de perto como os atores Luigi Barricelli e Ricardo Macchi, que se arriscaram nas pranchas de neve e saíram sem ferimentos. O local oferece uma escola dessas duas modalidades para pessoas de todas as idades, o que facilita o aprendizado.

Quem preferir ir mais devagar pode fazer caminhadas na neve, escaladas, descer de tobogãs ou dançar na pista de patinação no gelo. As crianças podem ainda aprender a construir seu próprio iglu e fazer bonecos de neve.

O parque oferece também 30 bonecos mecatrônicos que interagem com o público, inclusive com uma réplica de Mamute de 3,5 metros de altura, além de passeios de snowmobiles (motos de neve) em um trajeto de 330 metros de comprimento.

O visitante pode alugar roupas e equipamentos completos para uma prática segura. Entre os pacotes oferecidos o mais barato custa R$ 59 para crianças e R$ 79 para os adultos.

Skatistas fazem "rolezinho do bem" na madrugada de Osasco



Respeite e aproveite. Com esse código de ética esportivo e social, skatistas e carveboarders se reúnem semanalmente na banca de frutas em frente ao Shopping Continental, na divisa entre São Paulo e Osasco, para o tradicional Rolê da Meia Noite.

"Aqui é o Rolê do Bem", conta o jornalista Charles Roberto, de 43 anos, que junto de outros skatistas da região de Osasco transformaram a Avenida Dr. Francisco de Paula Vicente de Azevedo, no extremo oeste de São Paulo, em "point" conhecido para descer a ladeira nas madrugadas de quinta-feira.

"A única recomendação da polícia é tomar cuidado com os carros", adverte Charles, surfista que mata a saudade da praia com seu carveboard (skate com pneus e eixos largos que dão a sensação de surfar no asfalto). De fato, durante as duas horas que a reportagem do UOL Esporte esteve no local, a única viatura que passou por perto sequer desceu a rua.

Nem mesmo a vizinhança reclama desse encontro fora de horário. "Eu moro nesta rua e a única pessoa que reclamava era minha vizinha, um senhora idosa que dizia – até você José?", diverte-se o empresário José Maria Vasquez, de 34 anos. Ele desce a própria rua a bordo de um mountainboard, equipamento semelhante ao carveboard com alças para colocar os pés. "Até ela se acomodou", completa.

O clima familiar também une pais e filhos em torno da ladeira. O publicitário Cezar Souza, de 40 anos, se vangloria de ter ensinado o filho João Victor, hoje com 10 anos de idade, a ter aprendido a andar de skate desde os dois anos de idade.

"Ele aprendeu direitinho até inventarem o Playstation", brinca. O filho, que se equipa com joelheiras, cotoveleiras e wrist guards (protetores de pulso), voltou a andar de skate recentemente depois que viu o pai arrebentar a canela em uma queda.

"Foi motivo de susto e preocupação", diz seriamente o pequeno Victor, mas questionado sobre onde estava o capacete dele, a resposta foi mais rápida que sua descida na ladeira. "Sabe que eu não sei", sorri acanhado.

Quem também estava sem capacete era o veterano Aquiles de Oliveira, de 53 anos. "Eu comecei a andar em 1972, e meu primeiro skate eu mesmo montei desmontando um patins", recorda. "Para quem já passou por todas as fases do skate, hoje eu uso apenas essas luvas, nem para proteção, mas para deslizar", comenta o mais idoso entre o grupo.

Outro que escolheu esse horário para andar é o corretor de imóveis Beto Sanazar, de 39 anos. Beto costuma deixar a namorada em casa e se encontrar com os amigos. "A minha mina está dormindo a essa hora. Para mim aqui é for fun total, ficar com os amigos de 20 anos e andar de skate sem hora pra acabar", diz sorridente o corretor, que utilizou naquela noite rodas especiais com leds que criavam efeitos de luz.

Por volta da 1h30, um carro se aproxima transportando em seu rack um novo elemento para brincar. "Essa é uma rampa ecológica com toda estrutura de madeira reciclada encontrada na rua", sorri Hedlei Semensato, de 38 anos, ao se referir a uma rampa de saltos como "rampinha de 20 contos", preço do único custo que tiveram com a montagem da rampa que era uma folha de madeira nova de R$ 20.

Nesse mesmo horário quem chega para aumentar o quórum ao lado da Avenida dos Autonomistas é a professora Letícia Garbeloto, de 30 anos. "Cheguei agora porque estava na aula, aqui serve de terapia, a gente se diverte e até esquece a hora de ir embora", diz a professora, que desce a ladeira a partir das 2h00 de sexta-feira.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Trânsito no céu e medo de raios. Saiba como é um campeonato de parapente

Pilotos de parapente sobrevoam estátua de santa em Governador Valadares durante o Mundial
  • Pilotos de parapente sobrevoam estátua de santa em Governador Valadares durante o Mundial
  • Quem olhou para os céus de Governador Valadares, em Minas Gerais, na última semana viu algo diferente. Mais de 120 atletas disputaram na cidade a etapa final do Mundial da categoria, que encerrou um circuito que passou também por África do Sul, França, Sérvia e Turquia. O espanhol Francisco Javier Reina Lagos, de 19 anos, foi o grande destaque ao se coroar campeão mundial da modalidade. O melhor brasileiro foi Frank Brown, na sexta colocação.
    Nesse campeonato o piloto tem de passar por pontos pré-determinados no menor espaço de tempo e liderar ao máximo possível o percurso. Um equipamento completo tem altímetro, variômetro, GPS com cartas aéreas, pesa cerca de seis quilos e tem uma área aproximada de 25 metros quadrados. E custa até R$ 13 mil.
    Mesmo com tanta tecnologia, os praticantes enfrentam alguns percalços, como o tráfego no céu ou o risco real de ser atingido por um raio. O UOL Esporte conversou com Sérgio Kawakami, o China, recordista brasileiro de distância de paramotor e juiz geral da Associação Brasileira de Voo Livre para esclarecer os riscos da prática, acidentes  e as diferenças entre outras modalidades semelhantes como o paraquedismo e o base jump.
    UOL Esporte - No mundial de 2011 na Espanha ocorreram dois acidentes fatais. O parapente é perigoso?
    Sérgio China -
     Bom, em um esporte de competição a tecnologia e a pilotagem ao extremo fazem com que o piloto atinja o seu limite. Mas no geral o esporte é bem seguro, vai depender do piloto, do equipamento e da instrução que teve.

    UOL Esporte -  Este ano em Minas Gerais um piloto se acidentou ao pousar. O que aconteceu?
    Sérgio China -
     Aqui no dia de treino houve um procedimento de emergência. A vela sofreu um colapso assimétrico e o piloto não conseguiu fazer ela voar normalmente e teve de acionar o reserva
    UOL Esporte - O que são colapsos assimétricos ?
    Sérgio China -
     Como o parapente não tem uma estrutura rígida como uma asa delta, em um ar turbulento o shape (forma) do parapente pode sofrer alterações, variações de pressão atmosférica, fazendo com que o velame sofra o tal colapso. De acordo com o grau de equipamento ele reabre praticamente sem a interferência do piloto. Para se pilotar velas de maior performance é preciso ter uma técnica mais apurada.


    uoL Esporte -  Qual é a diferença de um paraquedas normal, um parapente e um paraquedas de base jump?

    Sérgio China - Paraquedas foram feitos para pousar a queda livre. O parapente tem perfil aerodinâmico e foi projetado para voar e planar em alta performance utilizando as correntes de ar para percorrer longas distancias de um ponto a outro. No caso do base jump, a única utilidade é frear a queda livre e pousar.

    UOL Esporte - O que é mais arriscado? Pedras, penhascos, alto mar, chuva, raios ou a grande quantidade de praticantes ao mesmo tempo?
    Sérgio China - 
     Pedras e penhascos seriam perigosos caso houvesse uma decolagem mal executada ou algum tipo de incidente. Em alto mar isso ocorre só se for algo muito grotesco e houver inexperiência por parte do piloto. Raios são sempre perigosos, e grande quantidade de pilotos navegando ao mesmo tempo não tem problema, se o piloto for experiente.

    UOL Esporte -  Como você me descreveria um voo de parapente ?
    Sérgio China - 
     O voo do parapente é algo que o ser humano inventou que é muito maluco. Você dobra, embala e carrega nas costa numa mochila e transporta no porta malas de carro. É a menor aeronave que foi inventada e com ela você pode percorrer através das nuvens e térmicas (bolhas de ar quente) quilômetros no ar. É maluco ou não é ?

    UOL Esporte - Para voar é preciso tirar brevê?
    Sérgio China –
     Sim. É preciso fazer um curso com aulas práticas e teóricas. Depois de aprovado, o piloto recebe um certificado e se filia a um clube e federação estadual e posteriormente à associação brasileira.

    • Piloto precisa acionar paraquedas de emergência após ter problemas no Mundial

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Eles superaram o câncer com ajuda do surfe e do skate


Um surfista que criou uma marca famosa, um produtor de eventos que anda de skate e um skatista old school. Acostumados a ultrapassar limites nas pistas e no mar, esse trio de esportistas radicais conseguiu vencer a maior batalha de suas vidas: o câncer.

E para provar que estavam bem de saúde novamente, todos voltaram a praticar suas modalidades que sempre amaram e se transformaram em símbolo de resistência e de superação. Cada um a sua maneira reagiu de uma forma diferente. Um deles buscou o lado mais espiritual, enquanto outro reduziu a velocidade e ainda teve quem transformasse o seu drama em reality show em postagens no Facebook.

O escritor e empresário Sidney Tenucci Jr, hoje com 59 anos, mais conhecido como Sidão, que o diga. Detentor da marca de surfe mais famosa no Brasil durante vários anos, a OP, Ocean Pacific, ele passava o tempo escrevendo e cuidando das duas filhas. Como todo milionário no estilo zen, Sidão viajava para vários países, mas não bebia, não fumava e não usava drogas para se dedicar integralmente ao surfe.

Até que em 07 de outubro de 1999, aos 45 anos, descobriu em um exame de rotina que estava com câncer na próstata. Ao ser informado pelo médico, exclamou: "Não é possível. Deve ter alguma informação errada. Faço tudo certo!". E, como a maioria dos pacientes, também pensei: "Deus porque eu?"".

Vinte e um dias depois fez a cirurgia, mas levou um novo susto após 40 dias, que teve de ser tratado com 38 sessões de quimioterapia. "O medo é o verdadeiro inimigo. Ele mente, diz que somos incapazes. O medo, não nós, é covarde. É preciso ter fé", reflete.

"A minha forma física de esportista/surfista ajudou tanto na cirurgia como na recuperação", comenta ao lembrar que a partir dessa notícia tudo mudou em sua vida, inclusive os amigos que desapareceram. "Para quem tem esse problema, use essa experiência para te fortalecer como ser humano e como alma. Para quem não sabe se tem, não se preocupe, pois o peru não morre de véspera", brinca.


Dois meses depois do tratamento Sidão voltou a surfar, e atualmente prepara seu quarto livro pela editora Neo Anima. "Mergulhar, principalmente na água do mar, é curador. Nas lágrimas idem. Não morri com a doença, embora uma parte de mim sim", completa.

Ao contrário da maioria das pessoas que prefere se esconder e ficar junto da família e dos médicos, o skatista Bruno Leonardo Júnior, hoje com 51 anos, preferiu radicalizar e transformou o seu caso em um chocante reality show pelas redes sociais.

Bruno Leonardo superou o câncer e voltou a andar de skate

Skatista "old school" que anda desde a década de 70, Bruno era o esteriótipo do skatista "doidão". Tetracampeão do torneio Old School Skate Jam, de Guaratinguetá, trabalhava em sua skate shop, organizava campeonatos, mas vivia nas baladas e virava a noite na boemia.


Solteiro e com um filha de nove anos, ao descobrir um tumor no esôfago, Bruno ficou em choque total, e passou por momentos de "frustração, arrependimento, dúvida, pânico e insegurança, tudo de uma vez em 30 segundos", comenta. "Achei que ia morrer, porque não tinha plano de saúde", recorda.

"Como fechou a entrada do estômago não podia comer e mal conseguia beber, instalaram uma sonda que ia do nariz ao intestino para me alimentar, mesmo assim perdi 46 quilos em dois meses e fiquei com apenas 40 quilos!", conta. Ele teve anemia e ficou tão fraco que precisou usar uma cadeira de rodas para se locomover.

A evolução da doença serviu de conteúdo para suas postagens chocantes quase diárias em sua página no Facebook. "Uma coisa que me fez vencer foi assumir minha condição em público, sem vergonha da minha aparência, e isso me deu motivação para voltar ao normal", prossegue. "Eu parecia uma caveira, por isso antes da quimioterapia andava de bike às 4h da manhã para absorver as energias do Sol nascente", disse. "Essa disposição, segundo os médicos, me ajudou na recuperação", conta.

Bruno voltou a andar a pé uma semana depois da operação, e em menos de um mês retornou às pistas de skate, em rampas com mais de dois metros de altura.




Casado, com uma filha e uma neta, o produtor esportivo e skatista desde 1974 Márcio Natividade, de 49 anos, acostumado com descidas em alta velocidade com seu carrinho, teve de brecar com força há cerca de três anos devido a mesma doença. Corredor de rua experiente e skatista de downhill, ele ganhou de presente (ingrato) de aniversário a confirmação de um tumor na próstata.

"Primeiro achei que ia morrer, mas no mesmo dia pensei que poderia viver o que me resta sem neurose e ser o melhor que eu puder", disse.

Com um tratamento e operação pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), atendido pelo SUS, Márcio teve de submeter a 38 sessões de radioterapia após a cirurgia, mas mesmo assim descobriu que a doença havia voltado em um exame de sangue.

"Ninguém acreditava que um cara como eu, esportista, saudável e vegetariano que nunca fumou, pudesse pegar essa doença", conta. "Em vez de me isolar, parei de correr e passei a andar de skate de leve, para não correr o risco de me machucar durante o tratamento", lembra.

A velocidade do cotidiano mudou para ele. "Hoje não tenho mais aquele desespero de fazer tudo ao mesmo tempo, e agora prefiro fazer o melhor que puder e com qualidade de vida", avalia.

"Fazer os exames antes de ter qualquer sintoma é um dos melhores remédios, pois quanto antes souber, maiores as chances de recuperação", avalia.

Após o tratamento, Márcio voltou a andar de skate com ainda mais vitalidade e foi um dos responsáveis pela implantação da ladeira de skate do Parque Cândido Portinari, recém inaugurado na Zona Oeste. Ele foi um dos primeiros a testar a descida com seu carrinho.

 


Linda e solidária: Fernanda Lima inspira vice-campeã de surfe a se reerguer


Silvana Lima nunca fez papel de musa ou expôs suas curvas nas capas de revista para fazer sucesso no surfe. Foi com seu talento que ela conquistou o vice-campeonato mundial. Mas passou por um momento difícil na carreira ao perder o patrocínio e cair para a divisão de acesso do WCT. Agora, curiosamente inspirada pela bela Fernanda Lima, ela encontra a saída para voltar à elite.
Ajudada por um grupo de amigos, Silvana adotou uma atitude ousada depois de perder o patrocínio de uma marca de roupas. Decidiu fazer um crowdfunding, uma popular 'vaquinha' para arrecadar o dinheiro necessário para arcar com os custos de todas as etapas do circuito em 2014.
A ideia foi inspirada em Fernanda Lima que ganhou fama mundial ao apresentar o sorteio da Copa do Mundo e a Bola de Ouro da Fifa. No ano passado, ela foi mestre de cerimônias na entrega do prêmio Fluir, revista especializada em surfe, e deu um dos troféus a Silvana.
A global se mostrou surpresa com a situação financeira da atleta e disse não entender como uma surfista tão talentosa não tinha apoio para praticar a modalidade. Ainda no palco, ela se dispôs a ajudar e pediu até que um dos patrocinadores presentes no local se movimentasse.
"Ela estava entregando o prêmio e acabou lembrando de mim. Falou: 'essa menina está sempre ganhando campeonato. Não acredito que está sem patrocínio'. Isso me deixou muito feliz. Ela é bem famosa, está entre os famosos. Para mim foi um orgulho enorme uma atriz e apresentadora reconhecer meu trabalho dessa forma", conta Silvana.
A atitude foi o pontapé que faltava para os donos de uma empresa de comunicação montarem o site SilvanaFree que conta a história de vida da atleta e pede que fãs e admiradores contribuam com dinheiro.
"A gente viu que se uma pessoa famosa e com tanta repercussão como a Fernanda achava tão absurdo ela não ter patrocínio, era porque a gente não estava louco. Era um sinal que a nossa causa fazia sentido. A Silvana é uma pessoa incrível. Ela é muito talentosa, simples, tem origem humilde. Dormiu na rede até os 17 anos. Muita gente vai se identificar. E ela merece que alguém faça o bem por ela", disse um dos idealizadores do projeto, Ricardo Rocha.
Procurada pelo UOL Esporte, Fernanda Lima disse estar muito contente pela ideia inovadora que dará novas chances à surfista no esporte.
"Na noite da apresentação, fiquei extremamente sensibilizada com essa situação, de uma surfista do nível dela não ter patrocínio. Acho, de fato, que o investimento no esporte salvaria grande parte das crianças do mundo, e, por isso, me ofereci para ajudá-los no que fosse preciso. Depois, recebi a notícia de que eles haviam criado esse crowdfunding, e achei super interessante, pois, afinal de contas, ela voltou a ter chances de competir."

Silvana precisa arrecadar US$ 115.508,25 (aproximadamente R$ 279.056,38) para completar todas as etapas do ano: duas na Austrália, além de Peru, Nova Zelândia, México, Estados Unidos, França, Espanha, Canadá, Brasil e China. Os custos se dividem em quatro áreas: viagens, nutrição, equipe e tributos. O apoio não precisa ser só em dinheiro. Quem quiser pode, por exemplo, oferecer transporte ou emprestar um local para a hospedagem.
O esforço já vem dando resultados, mesmo com o site há poucos dias no ar. Em cerca de dez dias, já foram arrecadados US$ 15.890,5 (algo em torno de R$ 38.389,86) para as etapas europeias.
Silvana admite estar surpresa diante da grande adesão. "Poxa, fico muito feliz por estarem acreditando tanto em mim, por estarem ajudando e se juntando para apoiar uma pessoa. É importante acreditar em um projeto tão legal".

A história de vida de Silvana tem tocado as pessoas. A cearense nasceu em Paracuru, município a 87 km de Fortaleza, e sempre teve vida simples. Até os 17 anos, dormiu em uma rede porque seus pais não tinham dinheiro para comprar uma cama. "Não tive luxo, mas foi legal. Não acho ruim, até hoje durmo na rede de boa, não tenho dor na coluna", conta com ar de simplicidade.
Amante do surfe desde pequena, ela conseguiu vencer na modalidade e se tornou vice-campeã do mundo em 2008 e 2009. Mas depois enfrentou muitas dificuldades na carreira.
"No fim do ano recebi um e-mail do patrocinador dizendo que se eu não fosse campeã mundial, estaria fora. O vice não era tão valioso. Faltavam duas etapas, em Santos e em Maui no Havaí. Eu me senti muito pressionada e não consegui ir bem. Ainda fiquei com eles mais um ano e o patrocínio acabou."
Além da perda do patrocínio, uma série de duas contusões sérias nos dois joelhos a afastou do esporte por dois anos. Em seu retorno no ano passado, ela não conseguiu obter bons resultados e ficou na 15ª posição no WCT, caindo para a divisão de acesso.
Depois de enfrentar o momento mais difícil da carreira, ela se considera pronta para se reerguer. "Foi bem complicado, não foi fácil, é muito ruim não poder fazer o que mais gosta que é competir, ter que ficar parada. Eu me machuquei , quando estava voltando, machuquei o outro joelho. Não pude dar o meu 100%. Agora não estou sentindo mais dores, estou me sentindo bem do jeito que gosto e pronta para conseguir o meu objetivo de voltar para a elite".